Namaste India

Chegou a hora da tão esperada Índia e para começar Calcuta, embora tenha ouvido muita coisa ruim sobre essa cidade foi a passagem mais barata vindo do Sudoeste Asiático. Mas o bicho não era tão feio assim e sem nem chegar na cidade, ainda no avião fiz amizade com um casal, o Sr. e Sra. Satochi que até me convidaram para um jantar na casa deles.

Saindo do aeroporto até chegar na região aconselhada pelo guia de viagem, deu pra ter uma idéia da pobreza do país, não é fácil, primeiro é muita gente em pouco espaço, muita gente mesmo, a lei é inexistente, o governo se existe não dá as caras, não mostra nenhuma política social onde ela é mais necessário do que em qualquer outro lugar no mundo e infelizmente a Índia, umas das civilizações mais antigas ainda não foi apresentada a higiene e a sujeira impera (o maior vilão são os pacotinhos de tabaco, estão em todos os lugares, mesmo mais remotos, você olha pro chão e encontra dezenas dele).

Calcuta é a capital da Bengala Ocidental, um dos muitos estados indianos e o povo bengala se mostrou um dos mais amigáveis, tive a sorte de um amigo indiano que trabalhou comigo na Australia estava visitando a família e me mostrou a cidade e ainda me convidou para um almoço típico bengala na casa dele. Foram dias legais e apesar do impacto, e Calcuta apesar da má fama, ficou como minha cidade predileta.

Calor estava forte, sempre acima dos 40 graus, então partir para Darjeeling, ainda no mesmo estado, mas parece um outro país, a cidade fica numa região montanhosa a 2200 metros acima do nível do mar (inventei de jogar bola, 20 minutos depois tava morto) e com visão para o Himalaia, embora a velha amiga Neblina esteve por lá e não me deixou ver nada. Por conta da altitude a cidade tem um clima agradável, propicio para a plantação de chá e lá cresce o famoso chá que leva o nome da cidade. O povo não tem cara de indianos, são a maioria imigrantes do Nepal ou refugiados do Tibet, o que trás uma mistura interessante pra cidade. Mas eles querem independência, pelo menos do estado da Bengala Ocidental e pedem a criação de um Estado próprio, chamado de Gorkhaland.

Terceira cidade, Varanasi e para chegar até lá atravessei o Estado de Bihar, um dos mais pobres da nação, pesado e triste confrontar com isso. Varanasi é uma cidade sagrada e fica a beira do Rio Ganges (Poluído como o Tietê, mas extremamente sagrado), para chegar no rio existem escadaria que são chamadas de Ghat, existem diversas e cada uma com uma história diferente. Eu fiquei hospedado perto da Manikarnika Ghat, onde acontecem as cremações, sempre ao ar livre, eles fazem a pilha de madeira, colocam o corpo, mais umas madeiras e deixam la queimando na frente de todos, mais de 300 por dia, vários turistam ficam ali assistindo, não gostei nem um pouco de ver, mas tinha que passar por ali pelo menos 4 vezes por dia. Numa dessas andanças uma das muitas vacas que ficam zanzando pra todo lado, de um espirro bem na batata na minha perna, como vaca por aqui é sagrada, levei como um sinal de boa sorte. A Ghat mais importante é Dasaswamedh, onde acontecem cerimonias diárias de orações hindu, com música, fogo, flores e muita gente, foi nesse Ghat que eu dei um mergulho no Ganges, me senti iluminado depois.

A última cidade dessa primeira parte é Agra, onde fica o Taj Mahal, uma cidade barulhenta, suja e quente, mas lá tem talvez a construção mais famosa do mundo, conhecida no Brasil graças ao Jorge Ben, claro que eu tive que cantar a música lá.
Como todos sabem, o Taj Mahal é um mausoléu para uma das esposas do Principe Shah Jahan, dizem que era sua esposa favorita e que ele caiu em depressão profunda após sua morte, que aconteceu quando ela dava a luz a décima quarta criança do casal. Esse príncipe era megalomaníaco e foi na sua época que foram construído quase metade dos pontos turísticos da Índia hoje. O Forte de Agra, a maior parte foi um deles, e lá ele foi aprisionado por seu filho que deu um golpe assumindo o poder alegando que seu pai estava louco.

Essas foram as duas primeiras semanas na Índia, algumas coisas boas, outras triste, o país tem muita gente, 1 bilhão e 200 milhões, difícil de gerir tanta gente, mas não existe estrutura, as poucas que tem são antigas, ainda da época que era colônia da Inglaterra, 50 anos atras  (não significa que era melhor ser colônia, nuca é) um dos principais é a escassez de energia, na maioria dos lugares a luz falta metade do dia, principalmente em Uttar Pradesh, o estado mais populoso, onde fica Agra e Varanasi.

Mas é isso aí, uma pausa daqui, 9 dias no Nepal.


Ruas de Calcuta 

Almoco com a familia do Prince, come santado e com a mao

Criquet, um Taco sem objetivo e levado a serio

Familia do Prince ae

O Sr. e Sra. Satochi

Carrom, uma sinuca de peteleco

Rickshaw a pe, degracadao do homem, olha a cara do passageiro se sentindo superior

Calor, corram para as montanhas

Futebolzinho a 2200 metros

India, Nepal e Tibet, viva Gorkhaland

Campos de trigo

Vitiligo ao sei porque, mas muito comum na India

Mais um sadhu, homem sagrado

Mandando ver na melancia

Ta com medo ne

Cerimonia de noite

Cerimonia de manha

Nao, nao e pulseira do sexo

Rio (Ganges) 40 graus

Muita cor na moda indiana

Acho essa imagem meio futuristica/catastrofica, nao sei porque

Brava ne

Quiabo neles

O cara era gente boa, nao precisava fazer essa cara na foto

Teeeeetetetereteeeeeeeeeeee

Teeeeetetetereteeeeeeeeeeee 2

Teeeeetetetereteeeeeeeeeeee 3

Forte de Agra

A vista do Shan Jahan no final da sua vida

Mesquita no Forte de Agra




A praca de audiencia publica no Forte

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Camboja e a inversão da seleção natural

Cheguei ao Camboja querendo um descanso, procurando um lugar tranqüilo para esfrirar a cabeça e a capital Phnom Penh não foi o melhor lugar para isso. A cidade é agradável mas foi palco de um dos momentos mais triste da história recente. Em 1975 chegou ao poder o Khmer Rouge liderado por Pol Pot, que com ideologia maoista aboliu o dinheiro, forçou toda a população a mudar para o campo (obrigados a trabalhar, como escravos já que não existia mais dinheiro), acabou com qualquer forma de expressão (nada de arte, música, literatura ou religião) e declarou ano zero. E quem fosse contra (qualquer um que pensasse) era morto, o que resultou em quase 2 milhões de mortes (de um país que tinha 8 milhões)  em menos de 4 anos.

Visitei a prisão onde ficavam os pensantes antes de serem levados até o campo de extermínio que eu também visitei, fiquei quase em estado de choque, como pode acontecer coisas desse tipo, como tais pessoas chegam ao poder e como consegue ter tanta gente trabalhando junto para isso. Um dos relatos conta que crianças pequenas era seguradas pelo pé e tinham a cabeça batida contra árvores até morrer, como pode chegar a tal ponto. Não consegui ficar mais cidade, queria me esconder desse mundo louco.

Cheguei em Sihanoukville, praia, um lugar quase hyppie, o lugar ideal para espairecer e relaxar. Fiquei hospedado em uma quiosque de praia de graça e tudo era muito barato, comida, cerveja, uma maravilha. Nos 3 dias que fiquei por lá não me movi de um raio de 50 metros, era da cama pro mar, do mar pra espreguiçadeira, uma cerveja, massagem, lagosta pro almoço, mais cerveja, um peixe grelhado pro jantar, cama denovo, tudo isso gastando menos de 15 reais por dia.

A última cidade foi Siam Reap, a mais turística, mas ao mesmo tempo a mais pobre delas (o Camboja é muito pobre, a maioria das pessoas ganham 80 reais por mês). Aqui eu fiz um curso de culinária de um dia, onde aprendi a fazer Amok, um prato com leite de coco, curry e peixe, servido na folha de bananeira, bom demais. Fui também visitar Angkor Wat, o maior complexo religioso do mundo, contruido a quase mil anos atrás na época eram hindu e depois sofreu adaptações e virou budista, mas a arquitetura é hindu. São quase uma centena de templos, eu aluguei uma bicicleta e pedalei 35 quilômetros e não vi 20%, um templo mais interessante que o outro, um deles serviu de inspiração para o primeiro jogo da serie Tomb Raider.

Lá se foi o Camboja, país bacana, pessoas bacanas porem foram forçados a não pensar muito para sobreviver o que ainda deixa seqüelas, é um pena, vai levar tempo até entre nos trilhos e saia dessa situação incomoda, por exemplo o episódio Khmer Rouge não é discutido nas escolas, ninguém fala com você sobre isso.

Mas agora é Índia, chegando quase na metade da viagem.

 Monumento com 8.000 caveiras no campo de exterminio


Menino ranheta


Era uma escola, virou prisao

 
Nu com a mao no bolso

 vidaboa.com 5

Acomodacao de graca, assim que eu gosto

Mesrte cuca fritando rolinho primavera

Nu com a mao no bolso 2

Olha o Angkor Wat ai

Sabem todas as capitais do mundo, mas nao falam do Khmer Rouge

Pagando uma de Lara Croft

Cuticuticuti

Isso e so a raiz

Menininha carvoeira

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Bom dia Vietnã

Depois de mais de um mês sofrendo com frio eu voltei ao tempo quente, o país da vez é o Vietnã. Logo na divisa já comecei ter um idéia do que viria pela frente, após uma saída tranqüila da burocrática e organizada China eu chego até a imigração vietnamita, sem fila ou qualquer organização, uma verdadeira batalha para conseguir o carimbo e entrar no país.
Volto ao ônibus e pude ver os infinitos campos de arroz (maior fonte de renda vietnamita) e percebo também a influência arquitetônica deixada pelos franceses da época colonial.

Primeira cidade é Hanoi, a capital, engraçado que quando você vai visitando tantos países, acaba mudando seus conceitos sobre algumas coisas, aqui eu mudei meu conceito de caos, o que eu achava que era pode ser muito pior, a cidade é caótica ao extremo, sem lei, milhares de motos indo e vindo, buzinas tocando freneticamente, eu acredito que os motorneiros e suas motos daqui desenvolveram um sensor similar ao dos morcegos, mesmo de olhos fechado e no escuro eles não batem, por exemplo atravessar a rua, se você usar a razão, vai passar horas e não vai conseguir, o segredo é fechar os olhos e ir, quando você menos esperar vai estar do outro lado são e salvo.
Muitos do locais aqui ganham a vida com o turismo e a maioria deles são chatos demais, olham pra você vendo uma nota de dinheiro, isso me incomodou um pouco, mas quando sai da área turística e me perdi pelos becos das áreas mais pobres pude ver locais mais gentis e alegres.
Ainda em Hanoi, um dos pontos turísticos é o mausoléu do Ho Chi Mihn, um herói nacional, um dos lideres comunistas mais carismáticos que livrou o país dos franceses e liderou contra os americanos embora tivesse morrido antes de ver a vitória vietnamita.

Parti em direção ao Sul e parei em duas cidades, Hue e Hoi An, bem no meio do país, onde o Vietnã foi dividido entra norte e sul, gerando a famosa guerra que teve participação americana.
Hue foi capital durante mais de um século e possui uma cidade proibida em menor escala e diversas construções históricas, mas os sanguessugas estão por aqui também, já a segunda cidade é muito mais agradável, ideal para passar alguns dias dando volta de bicicletas pelas estreitas ruas da cidade e relaxar.

Por último bem ao sul chego a Saigon, que agora é chamada de Ho Chi Mihn, aqui os chatos de Hanoi parecem ser até legais, aqui eles são beiram o insuportável, o que salva a cidade é a cerveja barata e a proximidade a Cu Chi, uma comunidade rural que bravamente lutou contra os americanos, com a tática de se esconder e mover pelos famosos túneis viet cong e atarracando os inimigos a noite.

No fim da história não gostei muito do Vietnã, embora o povo seja patriótico, lutou e manteve o pais contra, chineses, franceses, japoneses e americanos, valeu a visita, mas é um lugar que provavelmente eu não volto.

Ahhh, só para fechar com chave de ouro, nos últimos 10 minutos no país, um batedor de carteira maldito roubou meu iPod touch.

arroz, arroz, arroz e mais arroz
Arquitetura francesa, mas eu acho que nao era necessario um casa estreita e alta com tanto espaco em volta


senta logo no chao ou na sarjeta

quem trabalha duro no Vietna sao as mulheres

Crianca feliz

Futuro craque da selecao vietnamita

 O maior baconzitos do mundo

O Tio Ho descansa ai

Ciclistas uniformizadas em Hue

Uma das entradas da cidade proibida de Hue

Olha Hoi An ai

Cidade pequena mas agradavel

Me esconder dos vendedores malas um pouco

Ratatatatatatatatatattatatatatatatata...RA TA TA TA

Calor infernal dentro de um tunel viet cong.

Eles celebram o dia do saopaulino

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