Camboja e a inversão da seleção natural

Cheguei ao Camboja querendo um descanso, procurando um lugar tranqüilo para esfrirar a cabeça e a capital Phnom Penh não foi o melhor lugar para isso. A cidade é agradável mas foi palco de um dos momentos mais triste da história recente. Em 1975 chegou ao poder o Khmer Rouge liderado por Pol Pot, que com ideologia maoista aboliu o dinheiro, forçou toda a população a mudar para o campo (obrigados a trabalhar, como escravos já que não existia mais dinheiro), acabou com qualquer forma de expressão (nada de arte, música, literatura ou religião) e declarou ano zero. E quem fosse contra (qualquer um que pensasse) era morto, o que resultou em quase 2 milhões de mortes (de um país que tinha 8 milhões)  em menos de 4 anos.

Visitei a prisão onde ficavam os pensantes antes de serem levados até o campo de extermínio que eu também visitei, fiquei quase em estado de choque, como pode acontecer coisas desse tipo, como tais pessoas chegam ao poder e como consegue ter tanta gente trabalhando junto para isso. Um dos relatos conta que crianças pequenas era seguradas pelo pé e tinham a cabeça batida contra árvores até morrer, como pode chegar a tal ponto. Não consegui ficar mais cidade, queria me esconder desse mundo louco.

Cheguei em Sihanoukville, praia, um lugar quase hyppie, o lugar ideal para espairecer e relaxar. Fiquei hospedado em uma quiosque de praia de graça e tudo era muito barato, comida, cerveja, uma maravilha. Nos 3 dias que fiquei por lá não me movi de um raio de 50 metros, era da cama pro mar, do mar pra espreguiçadeira, uma cerveja, massagem, lagosta pro almoço, mais cerveja, um peixe grelhado pro jantar, cama denovo, tudo isso gastando menos de 15 reais por dia.

A última cidade foi Siam Reap, a mais turística, mas ao mesmo tempo a mais pobre delas (o Camboja é muito pobre, a maioria das pessoas ganham 80 reais por mês). Aqui eu fiz um curso de culinária de um dia, onde aprendi a fazer Amok, um prato com leite de coco, curry e peixe, servido na folha de bananeira, bom demais. Fui também visitar Angkor Wat, o maior complexo religioso do mundo, contruido a quase mil anos atrás na época eram hindu e depois sofreu adaptações e virou budista, mas a arquitetura é hindu. São quase uma centena de templos, eu aluguei uma bicicleta e pedalei 35 quilômetros e não vi 20%, um templo mais interessante que o outro, um deles serviu de inspiração para o primeiro jogo da serie Tomb Raider.

Lá se foi o Camboja, país bacana, pessoas bacanas porem foram forçados a não pensar muito para sobreviver o que ainda deixa seqüelas, é um pena, vai levar tempo até entre nos trilhos e saia dessa situação incomoda, por exemplo o episódio Khmer Rouge não é discutido nas escolas, ninguém fala com você sobre isso.

Mas agora é Índia, chegando quase na metade da viagem.

 Monumento com 8.000 caveiras no campo de exterminio


Menino ranheta


Era uma escola, virou prisao

 
Nu com a mao no bolso

 vidaboa.com 5

Acomodacao de graca, assim que eu gosto

Mesrte cuca fritando rolinho primavera

Nu com a mao no bolso 2

Olha o Angkor Wat ai

Sabem todas as capitais do mundo, mas nao falam do Khmer Rouge

Pagando uma de Lara Croft

Cuticuticuti

Isso e so a raiz

Menininha carvoeira

Read Users' Comments (9)

9 Response to "Camboja e a inversão da seleção natural"

  1. Eneida, on 18 de abril de 2010 às 22:26 said:

    Felipe,

    Nossa!!! Tá difícil fazer qualquer comentário!!!!Que barra!!!!
    "É melhor fugir mesmo, como você disse:deste mundo louco".É muita barbárie!!!!
    Eneida

  2. the guilster, on 19 de abril de 2010 às 05:07 said:

    O pior é que a ONU chegou a reconhecer o governo do Khmer Rouge.

    FTW: "In 1979, after the invasion of Cambodia by neighbouring Vietnam in the Cambodian–Vietnamese War, Pol Pot fled into the jungles of southwest Cambodia and the Khmer Rouge government collapsed.[10] From 1979 to 1997 he and a remnant of the old Khmer Rouge operated from the border region of Cambodia and Thailand, where they clung to power and United Nations recognition as the rightful government of Cambodia".

  3. Unknown, on 19 de abril de 2010 às 16:04 said:

    Oloco, aulinha de história no blog do bugo. Sabia do Pol Pot mas nunca pesquisei sobre. Abs Bugo!

    Tads

  4. Anônimo, on 21 de abril de 2010 às 20:34 said:

    Peripécia menino travesso, quanta coisa bacana de se ver e aprender....está chegando a Copa do Mundo hein!!!! Na minha humilde opinião o ápice desta volta ao mundo hehehehe e lá se foram 04 anos da nossa passagem por Berlin hein e aquele fracasso assistindo o jogo de Londres, mas dessa vez vai ser diferente né...já até to vendo o Lúcio levantando o caneco....e se não der certo dessa te proibo de assistir ao vivo mais uma copa...rá !!!!!!!! Continua aproveitando cada momento por todos nós, grande abraçooooo do Guí, um beijo da Mí e uma lambida da filó

  5. Anônimo, on 24 de abril de 2010 às 14:16 said:

    mineroooooooooooooooooo

    po leske... diretamente da africa positivas vibracoes.... ta dificil meu querido.. mas agente chega la... ueheuheuehueheuh

    ate logo menosssss
    abracaoooooooooooooooooo

    serginho e bruno

  6. mudandonossomundo, on 24 de abril de 2010 às 14:18 said:
    Este comentário foi removido pelo autor.
  7. César Mengozzi, on 25 de abril de 2010 às 12:24 said:

    Velho... q loca essa tua viagem. Espero algum dia poder fazer a metade do que você tem feito. Grande abraço.

  8. Barbara C., on 25 de abril de 2010 às 15:56 said:

    Adoreiiiiiiii o relato!!!! Um dos melhores, eu acho, cheio de cultura e história....gostei...hehehe. Vc esta escrevendo bem.
    As pessoas são podres mesmo, a violência é somente uma das formas de demonstrar isso.
    Agora é Índia né!!!

    Beijão!!

  9. Anônimo, on 25 de abril de 2010 às 22:59 said:

    Oi Felipe! Que história triste. E como nós somos ignorantes...Por tudo isso que a Angelina Jolie,faz a parte dela. Obrigada por esta aula! Quanto voce voltar, já temos o cardápio para o almoço. Bjs.